(o que você vai ver de perto)
Harmonizar soluções
criativas, artesanais e de baixo custo com itens de valor mais alto
disponíveis no mercado é o principal desafio dos arquitetos que
participam da 9ª edição da mostra de decoração Morar Mais por Menos, que
abre ao público nesta quinta-feira (27/09) na Pequena Cruzada, na Lagoa
(até 4 de novembro)
Confira abaixo alguns ambientes:
Na Loja da Casa, as arquitetas Elise e Evelyn Drummond usaram como revestimento de parede placas de poliestireno em alto relevo
medindo 50×50cm, ao custo de R$ 15, em média, a placa. O forro
decorado, como o produto é conhecido, dispensa outros acabamentos e
possui diferentes tipos de textura/desenhos, além de poder ser pintado.
Cobertas com retalhos de crochê em tons claros, as luminárias pendentes proporcionam efeito cênico no ambiente.
Para baratear o projeto do Quarto do Bebê Menino, as arquitetas Ana Caminha, Carla Cotrim e Loana Goldschmidt investiram no mobiliário em MDF e na criatividade. A luminária com diversos pontos de luz em formato de pequenas bolas é um galho de árvore encontrado na rua, que ganhou aplicação de verniz fosco e foi preso à parede usando braçadeiras de metal, disfarçadas pelos ninhos de passarinho.
No Estúdio da Mulher, bancadas de gesso, piso de sisal sintético, cama, estante e prateleiras feitas com tapume de obra
(placas OSB – mais barata e mais resistente que outros derivados de
madeira, além de sustentável) dão o tom no ambiente assinado pelas
arquitetas Juliana Bongiovanni e Luciana Lage e pela designer Dolores
Marafelli. Mas o charme do ambiente são as tubulações aparentes,
usadas tanto no teto (para fixar lâmpadas dicroicas) como sob a
prateleira (com função de cabideiro de roupa). Normalmente escondidos
sobre o gesso, as profissionais optaram por aplicar camadas de tinta
amarela na tubulação, transformando-a também em elemento decorativo.
Nove luminárias pendentes com diferentes cores e formatos
pedem atenção para as almofadas sobre a cama, produzidas por
cooperativas de artesãos. O espaço aposta na diversidade de tons, com
destaque para o vermelho e o amarelo.
No Quarto dos Gêmeos
idealizado pelas designers de interiores Bia Muniz e Karla Gaby o
mobiliário exclusivo foi todo confeccionado por marceneiro. O enorme
guarda-roupa guarda também um segredo: a cama da babá, que, camuflada,
libera espaço para que as crianças brinquem durante o dia. O adesivo nas portas quebra a monotonia do branco e proporciona um efeito visual marcante. E o melhor: as crianças cresceram? É só trocar a estampa.
Para o Estúdio do Artista, as designers
de interiores Joana Di Marino, Márcia Calderaro e Pualani Di Giorgio
criaram um ambiente descolado ao usar objetos pra lá de acessíveis. Com
apenas R$ 13, por exemplo, tijolos de concreto foram
dispostos de maneira que pudessem ser usados como uma pequena adega, que
serve também de mesa lateral. A despensa para frutas e legumes é feita
com baldes de alumínio presos à parede e a base da mesa de jantar são cones de sinalização de rua reaproveitados. A tubulação aparente assume quatro cores distintas, que ganham destaque na parede texturizada com cimento e argamassa, dispensand revestimento. O piso é de madeira de demolição.
Na sala de TV projetada pela arquiteta
Estela Pinheiro, todos os móveis são feitos de materiais reciclados.
Tanto o painel de tv como a mesa de centro (que ganhou acabamento com
tinta azul) foram produzidos com pallets, plataformas de madeira sobre a qual se empilha carga a fim de ser transportada em grandes blocos.
A solução de iluminação proposta pela
dupla de arquitetos Paula Suarez e Felipe Mazzoni na Loja Sebrae “Tudo
Isso é o Céu Também” chama atenção pela criatividade e pelo impacto
visual. Rodas de bicicleta e lâmpadas de LED pendentes
em fios e bocais simples ganharam vida nova como lustres, que compõem a
despojada iluminação central do ambiente.
Pode não parecer, mas o colorido painel
do projeto da designer de interiores Márcia Matos, a Loja Coisa de
Criança, foi produzido com pratinhos descartáveis. Mais precisamente 60 deles, dispostos em blocos de cores diversas e colados com fita dupla face, ao lado de sobras de espelho,
numa placa de MDF medindo 2,0×1,40m. Com exceção da mão-de-obra, os
custos não ultrapassam R$ 210. Para diminuir os gastos, o painel pode
ser feito diretamente na parede.
No Estar dos Amigos do apartamento com decoração de fazenda, as arquitetas Denyse Santini e Águeda Santini usaram grade de metal como divisória de ambiente e canos de cobre aparentes com função de cabideiro e revisteiro:
Um dos destaques do Quarto de Bebê Zebras assinado pelos arquitetos Francisco Palmeiro e Patrícia Lima é a luminária feita com cama de ferro antiga garimpada pela dupla num antiquário. Presa ao teto de cabeça para baixo, foi coberta por 20 metros de guirlanda com flores de organza iluminadas com LED (para não esquentar). As luminárias pendentes com cúpulas de vasinho de flor.
Também no Quarto de Bebê Zebras, a prateleira foi feita com tela de náilon (de cadeira de praia), o cabideiro com cano de cobre
e estante com 6 engradados de plástico azul empilhados. Outro destaque é
o cabideiro feito com 3 registros de água fixados sobre um pedaço de
madeira.
Na Cozinha da Casa, as designers de interiores Danielle Boggis e Márcia Magalhães deram vida nova ao carretel de fiação de rua descartado, agora usado como mesa para refeições, com pintura azul. A geladeira antiga foi reformada e confere um ar vintage ao ambiente.
Assinada pela arquiteta Kátia Jendiroba Paixão, a Varanda Brasileira aposta em produtos nacionais e sustentáveis. Esteiras de palha natural foram usadas para forrar o teto enquanto as paredes ganharam revestimento em papel de parede com impressão digital de tapetes artesanais feitos com sobras de tecido, normalmente vendidos em beira de estrada.